11 de março de 2011

CIDADES INVISIVEIS

Achei uma boa descrição para as Cidades delgadas dentro das Cidades invisíveis e a imagem de um arquiteto que ilustra estas cidades: Lutero.


5. “As cidades delgadas” – a busca pelo desprender da terra, a negação da imobilidade
Calvino cita motivos diversos para que cada uma das “cidades delgadas” seja descolada da terra. A idéia geral é de paisagens urbanas que se projetam para cima, ou se isolam da terra firme por algum artifício geológico ou construído: Isaura está no chão mas na verdade sobre um profundo lago negro extinto; Zenóbia sobre palafitas em um lago seco; em Armila não há as massas construídas; Sofrônia são duas meias cidades em que a cidade pesada é itinerante e a cidade leve é fixa; e finalmente, Otávia uma cidade teia-de-aranha pendurada sobre o abismo.
Através das “cidades delgadas” é possível verter a muitas paisagens da cidade moderna, como a verticalidade ou a transfiguração cíclica de seus espaços. Também nelas talvez se incluísse o próprio urbanismo modernista, as imagens de uma cidade-máquina baseada no movimento, ou o espírito etéreo de uma Ville Radieuse. Ou ver as “cidades delgadas” como buscas coletivas, através da técnica, para transcender o peso da superfície do planeta, ou para abandonar uma paisagem urbana feita apenas de pedras.

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